sábado, 27 de outubro de 2007

Usar luvas pretas compridas para se proteger dos raios
ultravioletas. A razão, eu respeito, mas não deixa de ser
cômico ver as mulheres com aceessórios como estes
em pleno dia de sol. Sem falar naquelas que se escondem
debaixo de chapéus ou viseiras que elas
costumam usar caídas no rosto
e fica parencendo uma máscara para soldar

terça-feira, 23 de outubro de 2007

日本語、ことばの魅了

Não há nada melhor para se conhecer a cultura do país do que estudar o idioma local. É na língua que encontramos aspectos culturais, filosofia de um povo e costumes típicos do lugar ou de uma época. Nesta seção, gostaria de compartilhar palavras ou expressões idiomáticas da língua japonesa. Trocadilhos, palavras engraçadas, curiosas ou simplesmente interessantes do ponto de vista de um estrangeiro. Como primeira palavra, escolhi o nome de um personagem histórico famoso e mundialmente conhecido, Moo Taku Too. Calma. Eu não estou louco, nem querendo bancar o intelectual. Este é o nome como os japoneses se referem a Mao Tsé Tung, líder comunista da República Popular da China. Sei que é comum nomes chineses e coreanos serem adaptados, principalmente pelo uso do ideograma, mas este é particularmente interessante, pois não adianta fazer falar Mao Tsé Tung, que japonês nenhum vai sequer desconfiar de quem você está falando. Diga-se de passagem o nome dele pode aparecer de outras formas: Máo Zédōng, pela transliteração ou em chinês tradicional (毛澤東) e em chinês simplificado (毛泽东).
Em japonês, ele é mesmo 毛沢東 (Moo Taku Too).

FLAGRANTE

Duvido que ninguém que more aqui no Japão nunca tenha pensando "ah se eu tivesse uma máquina fotográfica aqui comigo agora...". Eu, como um ocidental vivendo neste país oriental, confesso já ter pensado nisso inúmeras vezes vezes mil vezes. É cada cena, cada figura, cada figurino, que só mesmo registrando para os outros acreditarem.
Uma das fotos que eu sempre quis fazer, finalmente, consegui. Foi ontem no trem, indo para o trabalho. Foi no meio de outros passageiros que eu flagrei um tio, tranquilão, com um laptop aberto no colo. Aqui no Japão é cena corriqueira. Vira e mexe tem um sentado no trem ou mesmo no banco da plataforma, amarradão com um laptop. Já vi uns na cabine telefônica mas o melhor de todos mesmo foi o carinha que eu vi andando (isso mesmo, no gerúndio!), eu disse, an-dan-do pela plataforma do trem, com o laptop aberto e vendo um filme!!! Fala sério né não!?
A propaganda da foto principal é de um apoio feito em couro, vendido pela internet e que mostra o quanto é comum as pessoas precisarem de um apoio para o laptop para ele ser usado bem no colinho do papai!
Detesto fazer comparações, mas quando lembro que um amiga cometou que no Brasil roubam até celular enquanto se está falando, o que dizer de um lugar onde as pessoas andam com laptops para baixo e para cima, sem sequer, ficar olhando pelos cantos dos olhos estreitos?!? É isso que me impressiona neste país ... porque ver laptop na rua ou no trem, já cansei de ver.
Aí está a prova do crime.
Claro, a palavra de hoje fica sendo então "segurança". Em japonês, 安全 (anzen).

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Pão de Melão

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Contenha-se

Lembro que cada vez que eu comprava uma camisa nova, minha mãe me dizia que eu precisava era de ter um contêiner para guardá-las. O que antes eu apenas encarava como uma simples hipérbole – uma expressão de puro exagero – descobri que aqui no Japão tem gente que faz isso mesmo !
Calma, quem exagerou agora fui eu. O fato é que há centenas de empresas que oferecem aluguel de contêiner para simples mortais colocarem o que quiser lá dentro. São contêiners de verdade que funcionam como verdadeiros porta-quinquilharias de Itu! Não é o máximo?! O mais impressionante é que estes contêiners estão no meio da cidade!
Digo isso porque até hoje, para mim, contêiner era coisa de cais do porto...
... ou no máximo trem de carga.
Ah! Em aeroporto, também via muito.
Já viajei nas idéias e imaginei uma situação do tipo. Um cara está procurando a estação de metrô mais próxima e pára um nipotiozinho na rua para perguntar, ao que ele te diz: “Está vendo aquele cointêiner ali? A estação é do lado...”. Já pensou que loucura! Em plena cidade! Contêiner! Você está entendendo!?
Claro, todo mundo sabe que espaço aqui no Japão é tão disputado quanto ovo em promoção-relâmpago. Vendo por este ângulo, fica mais fácil de aceitar a idéia de se alugar um contêiner para guardar coisas que poderiam muito bem estar acomodadas em casa, na garagem, no porão... Mas não deixa de ser uma coisa curiosa. Na primeira vez que eu me deparei com um contêiner desse, eu tive a sensação de que a qualquer momento um navio iria atracar...
O diferencial das empresas que oferecem este tipo de serviço está, claro, na capacidade de o contêiner comportar coisas. Mas outros aspectos também parecem ser importantes. Já passei por uma com cartazes que diziam coisas como: “Você pode entrar e sair a qualquer hora”, “Câmeras monitorando 24 horas” , "Espaço para parar o carro na frente para descarregar" e por aí vai.
O preço do aluguel também varia muito de empresa para empresa e do tamanho do contêiner. Neste da foto, por exemplo, diz que o preço é a partir de ¥7.875 por mês, podendo variar de acordo com a tabela logo abaixo.
Talvez seja mais fácil pensar que se está alugando um "galpãozinho" ou um "minidepósito". Alguns realmente nem têm muita cara de contêiner...
Ficamos então com a palavra em japonês de hoje, aliás, as palavras que são usadas para este tipo contêiner. Além de コンテナー(kontenaa) , a palavra 収納ボックス(shuunoo bokkusu) , também serve nestes casos.

É isso aí! Até a próxima!

sábado, 13 de outubro de 2007

Proibido Descer para Baixo

Já comentei aqui sobre as placas do Japão. (clique aqui, se você não viu). Tenho a impressão que os japoneses adoram uma placa. Não sei explicar ao certo o que elas têm de tão interessante, mas confesso que sinto que há sim uma certa particularidade em muitas placas que vejo por aqui pelas ruas. Como eu havia dito, não sei se são engraçadas por serem óbvias demais ou por eu nunca ter visto ou lembrar de ter visto algo semelhante em português. Algumas são do tipo “Dã! Não me diga!”? Veja esta que encontrei na roleta (“catraca” para os companheiros paulistas) do trem:
“Não estamos aceitando que passe direto pela roleta sem pagar”. Não. Por favor, me diga que não é implicância minha. Você já viu alguma estação de trem que aceite que se passe direto sem pagar!? Na primeira vez que vi essa placa, imaginei ver algo do tipo em português. Algo assim: “Por favor, ao pegar alguma mercadoria deste supermercado, favor não sair sem pagar. A Gerência.”. Fala sério!
Tem essa outra placa que eu vi recentemente. Não. Essa eu quero crer que foi feita antes da máquina de bebidas ser colocada bem debaixo da placa. Mesmo assim, eu, chato que sou, confesso, acho que a placa deveria ser trocada, emendada, rasurada...qualquer coisa. Porque ficou engraçado demais.
“A entrada do elevador é do lado oposto”. Acho que deveria continuar: “favor não tentar entrar atrás da máquina debebidas, pois a porta fica do outro lado, meu (minha) senhor(a)!”
E o que me diz desta outra que, logo na entrada da estação de trem, gentilmente, alerta o passageiro para o “perigo” da pressão do vento causada pela chegada ou saída dos trens.
Pelo amor de Buda, uma estação destas deveria se chamar “Twister” ou ter como música ambiente o tema de “E o vento levou”. Ou deveriam fazer um cartaz, digamos, mais convincente. Eu sugeriria algo assim:
Por isso ainda acho que eles fazem isso para se livrar de qualquer responsabilidade, se algo de errado acontecer. Só pode ser... A palavra de hoje é 改札口 (kaisatsuguchi). Em português, roleta (“catraca” para os companheiros paulistas).

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Mais terremoto !

Se para quem está no Brasil precisa esperar o Fantástico ou o Globo Repórter para ouvir falar de terremoto, em japonês 地震 (jishin), aqui no Japão o fenômeno natural faz parte do nosso dia-a-dia. Eu sei, eu já fiz um post sobre isso. Se você não leu, é só clicar aqui. Mas é que apesar de eu já ter me acostumado com a idéia de viver em um país com terremotos tão frequentes , ainda me ponho no lugar de um brasileiro de primeira viagem ao me deparar com certas coisas. Ontem mesmo vi no metrô uma bancada de revistas gratuitas sobre imóveis. Na capa, a pergunta era curta e grossa.
"Mesmo que aconteça um terremoto, tudo bem?". Na revista, um especial com dicas do que fazer quando acontecer um terremoto, apartamentos com prédios com estrutura especial e até aparatos de segurança, como um interfone que dá informações sobre o terremoto. Me chamou a atenção a quantidade de revista que ainda sobrava, apesar do grande fluxo de pessoas que passavam por perto. Uma pergunta tão apavorante como essas e ninguém nem aí.......... Claro, ouve-se tanto por aqui. Até entendo.
No sábado passado, eu vi uma loja de artigos infantis. E lá eu vi um chapéu especial para terremoto. Imagina você ir comprar o presente de Natal ou de aniversário para um sobrinho, e ao lado dos trenzinhos da vida e bolas de futebol, você encontra um chapéu para terremoto!!! Ah...ele vai adorar!! (Será?) Claro, criança tem que se proteger também, eu sei. Mas confesso que fiquei chocado a princípio quando vi aquilo. O chapéu era esse...
Na verdade, as crianças daqui já sabem muito bem o que é aquilo, como usar e quando usar. Muitas delas fazem treinamento na escola e cada uma já tem o seu. Vejam estes niposmurfes intergaláxicos...
Se pensar no momento em que será necessário usar um chapéu como estes, pode dar até calafrio, mas ao ver os tipos de chapéus que se vendem por aqui, o bicho fica até menos medonho do que parece. Há modelos de todo tipo.

convencional

para os meninos...
e para as meninas...
Tem esse que pode ser usado como uma simples almofada para cadeira e, no momento crucial, é só botar na cabeça
Ou este outro modelo para o caso do terremoto acontecer enquanto você estiver dormindo, por exemplo. Basta tirar a capa e o travesseiro se transforma em um chapéu para terremoto!
E que tal este?! Qualquer semelhança com alguma história infantil é mera coincidência.
É isso aí. Este foi mais um capítulo da novela "Terremoto", que aqui no Japão é transmitida 24 horas por dia. Fiquemos então com a palavra em japonês de hoje. Quem quiser comprar um chapéu como estes, basta pedir um 防災頭巾(boosai zukin). Aliás, diga-se de passagem, a Chapeuzinho Vermelho aqui no Japão é 赤頭巾ちゃん (aka zukin chan).
Até a próxima!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Qual o coletivo de coletiva?

Eu, no Brasil, nunca escutei falar tanto em coletiva de imprensa (記者会見) como escuto aqui no Japão. É artista coreano que chega, é atriz lançando livro de fotos e isso, é aquilo...Vai ter coletiva assim lá, ou melhor, aqui na China! O povo se amarra em coletiva para pedir desculpas também. Vira e mexe tem um banbanban e seus puxa-sacos reunidos numa mesa comprida, cheia de microfones, para pedir desculpas em publico. Podes crer que, ou é fraude ou é negligência. Toda hora tem uma caravana de pecadores se confessando diante das câmeras. "Desculpa tá? Num faça mais isso...".
Tem artista que faz coletiva de imprensa só para informar aos fãs que vai se casar. O assunto fica sendo então como se conheceram, como o parceiro é longe das câmeras, onde e quando foi o primeiro encontro. As matérias em japonês são mais interessantes ainda. Normalmente fala-se um pouco do que houve e comenta-se sobre alguma frase marcante que pode ser “já estamos morando junto, logo não vai mudar muita coisa” ou costumam usar uma frase que para mim é quase um script da novela Sinhá Moça. Eles dizem: “já nos apresentamos aos respectivos pais”!! Que que isso?! Em que século esse pessoal vive?!
O artigo sobre esse tipo de coletiva termina quase sempre da mesma forma, que aliás, sempre achei MJ. Em se tratando de dois atores, por exemplo, registrados em uma agência, no final sempre tem algo do tipo “as agências confirmaram o romance”. Ou ao contrário: “as agências reconhecem que os dois se encontram com certa frequência, mas não confirmam o romance”. É estranho e ao mesmo tempo interessante essa dependência com a agência. Até nos programas de tevê é comum eles dizerem coisas do tipo “‘fulano san’ é da minha agência também”.
Por falar em coletiva, teve uma esta semana que deu no que falar. Bom, não foi exatamente uma coletiva, mas sim o que os japoneses chamam de 初日舞台挨拶 (shonichi butai aisatsu) que é quando os atores do filme sobem ao palco (舞台) no primeiro dia (初日) de exibição da película, para dar os cumprimentos (挨拶) aos expectadores.
Mas a da semana passada foi apimentada! Tudo porque uma das atrizes, a protagonista, diga-se de passagem, entrou e saiu do evento com a famosa "ass face". A japonesa, Erika Sawajiri, uma estrelinha de 21 anos, não se sabe o porquê, ficou de braços cruzados e só deu patada nas perguntas feitas pela apresentadora do evento. Todo mundo notou! Aliás, é no momento “o” assunto comentado. Foi um prato cheio para os programas de fofocas na tevê. Acho que quem não conhecia a Erika, passou a conhecer. A menina está em comerciais de tevê e filmes japoneses. Olha ela na campanha publicitária de uma celular.
Fora as caras e bocas da menina, as respostas e o jeito de ela foram...confesso, o máximo. Tudo bem que a apresentadora não merecia, nem os companheiros que não tiraram o sorriso da cara e pareciam não estar nem aí para ela. Mas ela também parecia não estar nem aí para o evento. Veja só a pinta da mocinha. Nem toquei no assunto modelito, que é para não render outro post...
Quem quiser pode conferir como foi a coletiva.
Só para entenderem o vídeo... na primeira vez que ela abre a boca, ela resume o cumprimento a um mero “Obrigado por vocês terem vindo hoje”e ponto final!!! Depois cada ator falou decentemente e quando a apresentadora perguntou a ela qual a cena do filme que mais a marcou, ela responde com aquela cara de "ue mané cena marcante o que". Ela só disse: “nenhuma” e ponto final!!! A terceira e última fala dela foi quando a apresentadora comentou que a atriz tinha feito uns biscoitos e levou para as gravações. A apresentadora pergunta o que ela sentiu, com que sentimento ela preparou os biscoitos e levou para a galera nas filmagens. A menina dá outra patada: “nada...”. Na coletiva ela estava com essa pinta de mãe da Feiticeira do seriado americano, mas a verdadeira carinha de santinha (do pau oco) é outra.

沢尻エリカ

Mas o showzinho não parou por aí. No final todos os atores principais se reúnem para uma foto e enquanto todos seguram, sorridentes, uma faixa com o nome do filme, lá estava a Erika, emburrada e com os braços cruzados. Não encostou nem a ponta da unha na faixa. Que que isso?! O que aconteceu, ninguém sabe ao certo.
A menina, não sei se se arrependeu ou foi forçada a tal, mas no site oficial da nipochiliquenta havia um pedido de desculpas. Na mensagem, a autora comenta: "Peço desculpas pela minha atitude e pelo profundo inconveniente que causei a todos no dia dos cumprimentos ao público. Eu sou a causa de todo o mal. E devo assumir a responsabilidade por isso."
Erika comenta ainda que o que ela fez só serviu para desapontar os fãs e que, como atriz, como figura pública, como profissional e como pessoa, o que ela fez foi imaturo. Ela tem consciência de que perdeu muito com o que fez, mas diz que aprendeu a lição. Ela termina dizendo que mesmo pedindo desculpas isso não acabará por aí, mas ela fará o possível para reparar o erro. Abaixo, a mensagem na íntegra.
Ficamos então com a palavra de hoje: 不機嫌(fukigen), em português, “mau humor”.