quarta-feira, 18 de junho de 2008

Abraço

解放の中村さん、テヘランで喜びの会見- 去年10月にイラン南東部で誘拐され、4日に解放された大学生の中村聡志さんが解放後初めて記者会見し、8か月に及んだ拘束生活などについて心境を語りました。「家族のことを考えることで、自分を保てていたというのが事実です」 「起こしてしまったという、自分に対する反省といったものを、深く感じています」(解放された中村聡志さん 23)14日に解放された中村聡志さんはイラン外務省で記者会見し、このように拘束当時の状況や今の心境を語りました。武装勢力に手荒な真似をされたことはなかったということですが、事件の細かい内容については言及しませんでした。また、会見に同席した父親の淳貴さんは、息子に再会した喜びをあらわにしました。「やっと捕まえたという感じでほっとした」Q.抱き合ったりしたか?「はい、しました」(中村聡志さんの父 淳貴さん)中村さんはこのあとイランをたち、日本時間の17日、日本に帰国する予定です。(16日20:45)
Essa foi a matéria publicada anteontem no site da TBS e que mostra a coletiva de imprensa de Satoshi Nakamura, um jovem japonês que foi sequestrado no Iran e essa semana foi libertado, depois de oito meses. A matéria poderia passar despercebida se não fosse por um detalhe Muito Japão. Mas antes me responda uma coisa. Seu filho, sua mãe, seu pai que seja, fica desaparecido durante meses. Você descobre que ele (a) foi sequestrado(a) por um grupo de criminosos iraquianos e corre sério risco de vida. Isso dura 8 meses sem você saber se ele(a) foi executado (a) ou não. De repente, você tem a oportunidade de vê-lo (a) vivo(a) na sua frente, em carne e osso!!! Qual seria sua reação?
1) Abraçaria
2) Abraçaria e beijaria
3) Abraçaria e beijaria muito
4) Abraçaria bem forte durante longos minutos
5) Todas as respostas acima
6) Não abraçaria
Para quem escolheu a resposta número 5, mais do que normal, eu diria que você é tão brasileiro(a) quanto eu e, como tal, age e pensa de certa forma como eu. Mas se sua opção foi a número 6, mais do que "você tem problemas", eu diria que você já mostra traços de assimilação da cultura local. Calma. Não quero dizer com isso que os japoneses não sabem abraçar. Eles sabem. Mas é diferente.
Voltando a vaca fria, eu estava lendo a matéria sobre a libertação do rapaz e, mais do que o conteúdo em si, a pergunta de um repórter japonês me chamou mais a atenção. Ele se dirigiu ao pai do rapaz, que também estava na coletiva, e fez a seguinte pergunta:
抱き合ったりしたか?
"Vocês se abraçaram?"
O que você achou dessa pergunta? Talvez perguntar isso a um pai brasileiro cuja filha tivesse sido sequestrada e ficado 8 meses desaparecida correndo risco de vida pudesse parecer uma pergunta mais do que "nonsense". Mas, em se tratando de Japão, acho que passa, hein. Mas não deixa de ser interessante.
Eu mesmo já ouvi com meus próprios ouvidos, um japonês me dizer que ele ficou 1 ano no Brasil e disse que ao voltar para casa - detalhe: sozinho, do aeroporto até a casa dele - quando encontrou os pais, ele só disse: "opa! voltei...". Abraço não rolou. Frio o rapaz? Pode ser. Todo japonês é assim? Bom, isso já não posso afirmar. O que eu posso afirmar é que o meu choque com essa história foi tanto, que outro dia eu perguntei para outro japonês, que também passou 1 ano no Brasil, se ele tinha abraçado os pais quando os reencontrou. Parecia que eu tinha perguntado a ele o que tinha comido na primeira papinha da vida dele. O cara parou. Olhou para baixo, franziu a testa e ficou murmurando: "Eu abracei será?". Ele olhou para mim e perguntou: "Se eu abracei meus pais né, que você quer saber né?" ... e, finalmente, respondeu: "Sabe que eu não lembro. Acho que não".
Para ser sincero, não sei se fiquei abismado com a pergunta do repórter ou da cultura japonesa permitir que ele pudesse fazer uma pergunta dessa natureza, sem se passar por ridículo, entende? No fundo achei isso interessante, diferente, enfim, Muito Japão. Quem quiser pode ver o vídeo da entrevista coletiva. Clique aqui. Vale ver também a reação do pai com a pergunta e a forma com que ele responde sem se quer olhar para o filho. Curto e grosso. "Abracei.", disse ele ao responder a segunda pergunta feita a ele. Mas deixa pra lá. Vou acabar me passando por cricri...
A palavra de hoje é muito clara no dia-a-dia da gente que vive no Japão e pode ser a resposta para situações como essas que tratam de abraço, toque, sentimento e beijo. Anote aí: 異文化 (ibunka). Em bom português, "diferença cultural".

6 comentários:

Bruner disse...

os japoneses precisam de um abraço...

Anônimo disse...

Muito Japão também é o cara chegar e pedir desculpas pelos problemas que causou à família, ao governo, a Deus e mundo, por ter sido seqüestrado.
Né não?
:)

Ten disse...

Caruso,
tenho algumas amigas japonesas aqui nos EUA e aos poucos estou conseguindo implementar os abracos na hora que nos encontramos e na despedida. 3 delas ja abracam e o proximo passo sera os 2 beijinhos que todo carioca gosta de dar! Fico feliz de ve-las fazendo isso com esponteneidade mas possivelmente quando voltarem para o Japao, terao que voltar a ficar "frias" novamente!

Unknown disse...

hahahaa
oi julio!!! fazia tempo q eu nao passava aqui pra uma visita! como sempre o seu blog me divertindo horrores!!! já te contei do abraço q eu dei no meu tio em Taiwan qdo eu tinha 16 anos?? nao o via há anos e assim q entrei na casa dele, o abracei, ele ficou ali, sem saber o q fazer, sem me abraçar, visivelmente desconfortável com o meu abraço..ele olhou pra minha avó e daí ela só disse "ih, nao liga nao, coisa de brasileiro!" - ME SENTI O E.T.!!!!
bEIJOS

Anônimo disse...

Tenho que dizer que meio que entendo esse jeito do japonês não dar abraço. Meu pai é japonês e me lembro de um incidente quando eu ainda era criança e morávamos todos no Brasil.
Meu pai veio ao Japão a visita e ficou um mês fora. Fomos buscá-lo no aeroporto de Vira Copos, em Campinas e como eu era criança e estava com muita saudade, assim que o vi, dei um abraço. Não sei exatamente como aconteceu, acho que ele não me abraçou de volta, mas largou a sacola de mão para eu carregar, fiquei sem graça e depois nunca mais o abracei.
Pensando agora, acho cômico, mas depois de tanto tempo de Japão, vi que é 'normal' para eles, essa falta de troca de carinho.
Mas mudando de assunto, parabéns pelo seu blog!

Abraços
Rosalina

yuna . disse...

ai q horror!
acho q eu ia ficar toda errada no japao! do jeito que eu gosto de carinhoo!XD
Faz mas materias assim! sobre os costumes deles!^^
abraços e sorte moçooo!o/