
Sempre penso “Muito Japão!” quando me deparo com algo ao relento, literalmente, dando mole, mas ainda ali, no lugar, intacto. Foi assim com os jornais e com as bicicletas paradas perto de uma estação aqui perto de casa. Tudo bem. É bem verdade que aqui no Japão, se você der mole, levam sua bicicleta sim. Mas hoje mesmo eu passei perto da estação e tinha um monte delas sem cadeado, sem tranca...nada!
Aliás, dia desses passei por uma floricultura (foto) e parei para ver o que tinha. Fiquei uns 10 minutos olhando as flores e ninguém apareceu. Resolvi comprar um buquê, mas aí pensei: pagar para quem? Nessa altura, eu já estava ali com as flores nos baldes com as plaquinhas de preços durante uns 15 minutos e nenhuma alma apareceu.
Pensando como brasileiro, imaginei logo que tivesse alguma câmera escondida, para que no momento em que eu fizesse menção em tocar em algum buquê, alguém fosse aparecer. Eu peguei um e fingi estar escolhendo outro. Minha idéia falhou. Ninguém apareceu. Depois decidi pensar como japonês e comecei a procurar alguma caixinha onde eu pudesse depositar o dinheiro e ir embora tranquilamente. Mas...nada. Nem caixinha, nem atendente.
Minha próxima tática foi bancar aqueles convidados de jantar chique que não sabe se começam a pegar os talheres de fora para dentro ou de dentro para fora, e ficam só olhando. Foi o que eu fiz. Parei para olhar.
Deu certo! Uma japonesa chegou toda decidida. Pegou um buquê e se foi!! Se foi?!??! É de graça?!?! Mas e os preços?? Se é de graça por que tem tantas flores lá ainda?? Confesso que pensei nisso tudo em dois segundos até decidir seguir a moça.
Pronto. Mistério desvendado. Eu sou um gringo muito burro e moro em um país onde há ainda muita gente honesta. Onde eu estava era simplesmente a parte lateral da floricultura. O sistema é pegar o buquê e pagar no caixa, lá dentro da loja, para a atendente que fica atrás de um balcão. E as flores? Elas ficam lá...sozinhas...ao relento....sem tranca (rs)...nada!
